quarta-feira, 25 de julho de 2007

Um oceano a separar

Estou longe deste meu paraíso. Mas isto não acontece só em termos físicos nem só com este meu paraíso, já repararam que às vezes as pessoas estão mesmo ao nosso lado mas não estão lá por completo. Já vos aconteceu? Eu penso em voltar para a ilha mas depois começo a pensar que os amigos foram-se embora, ou até podem ainda lá estar mas não estão dispostos a estar comigo porque as pessoas mudam e bastante. Desde o meu primeiro ano na universidade que fui perdendo aqueles que se diziam os meus melhores amigos. Desde as primeiras férias que tudo mudou, já ninguém tem tempo e não vale a pena gastar saldo do telemóvel para saber destes supostos... Já ninguém dá valor às amizades e às pessoas. Um defeito madeirense é que os que ficam porque não se querem instruir têm inveja dos que saem para crescer. Claro que não me refiro a toda a gente, ainda há bons madeirenses e ainda há boas pessoas espalhadas pela nossa Madeira.
Quando tentam convencer-me a voltar eu interrogo-me de se devo ou não. Eu tenho a minha família mas eles também têm a sua vida. E eu apaixonei-me por isto aqui, tenho mais mobilidade e é onde tenho tido oportunidade de trabalho, coisa que anda a faltar por toda a ilha. Cada dia que passa as saudades aumentam mas também não quero sustentar-me com a primeira coisa que apareça, enquanto eu ainda conseguir aqui estar e sobreviver mas fazendo aquilo que gosto, eu fico por cá, e vou lutar por tudo o que sempre desejei.

quinta-feira, 12 de julho de 2007

São dias

Este é mais um dia que passa e em que as saudades aumentam. Olho pela janela e vejo serra, não consigo ver o mar, fica a quase 400 quilómetros de distância, estamos a falar de quatro horas de carro. Olho à minha volta e não vejo mais nada, nem trabalho há para fazer. Tento inventar um pouco de tudo para sentir-me activa, mas não parece resultar. Fico à espera que o tempo passe rápido para poder ir para casa descansar, mas o reboliço do nenhum volta amanhã, mas já é sexta-feira por isso é mais fácil. Conto os dias para aí voltar, mas nunca mais passa, este período é o pior, com este calor só apetece praia mas estou tão longe. Apetece-me banhos de sol e água salgada, mas não há por estes lados. Já nem falo em saudades, já consegue ser mais que isso. A família está longe e dispersa, o trabalho não é aliciante, pelo contrário, e não acontece mais nada. A Madeira é mesmo um paraíso digam o que disserem, o depressivo só o está porque não sabe aproveitar o que esta bela terra dá. Bastavam-me cinco minutos perto do mar para que tudo mudasse, é como se fosse uma lufada de ar fresco e matava saudades...

terça-feira, 10 de julho de 2007

Quero sol, mar e praia. Sim praia!!!

Saudades da praia... com todos o amigos, continentais, que falo a piada é sempre a mesma: então à praias na Madeira? Ao que eu trespondo muito prontamente que : sim. Mas grandes amigos que são gozam porque dizem que nó madeirenses só temos praias de pedra, não deixa de ser uma meia verdade e não uma completa mentira. A questão é que não sabem aproveitar o que as nossas praias têm para nos dar, quanto a areia temos os sitios especificos onde ir, Porto Santo ou Calheta. Pelo menos podemos dizer que temos escolha, enquanto que aqui no "contenente" têm praias de areia, só, e um norte muito ventoso e um sul extraordinário. mas e que mais? E a paisagem? E a calmia do mar? Nisso provavelmente não pensaram, pois é fantástico. É o único mar que eu "confio", nado e fico horas dentro de água sem nenhum medo. Agora aqui nas praias deste Portugal continental não consigo. E a temperatura da água? Espectacular, sempre quente enquanto que aqui nestes lado é fria. A Madeira é fantástica e quanto a isso não há discussão. Tenho saudades de ir à praia??? Buáá....

segunda-feira, 2 de julho de 2007

Foto do dia

Esta foi uma foto que encontrei enquanto navegava pela Internet... muito bem tirada.

Como um peixe fora de água...

...é desta forma que me sinto. Todos os dias acordo, olho para o espelho e digo:hoje vai ser um dia especacular. Ao abrir a porta do prédio deparo-me com o tradicional tráfego tradicional e poluente. Faço uma viagem de 40 minutos e finalmente chego ao trabalho. As pessoas não significam nada para mim e não me sinto realizada em nada do que faço. Estou longe!!! Penso todos os dias e a toda a hora naqueles que deixei um dia para trás, sei que preciam de mim e cada vez mais. Passaram-se cinco anos e as saudades aumentam a cada dia. Não é saudável ver a família uma vez por ano, não é fácil esta distência. Ontem ao telefone fiquei preocupada, falei com a minha mãe e ela não está bem. Por mais que a apoie eu estou longe. Olho para todo o sítio e não me identifico com nada, falta-me aquele apoio maternal e sei que ela sente falta das nossas conversas, quando ela me dá apoio e eu a ela também. Apesar de ter saudades de todos e de tudo é da minha mãe que eu sinto mais falta.
Nunca ninguém é totalmente independente, precisamos de ter de quem cuidar e de sermos acarinhados por alguém, certo?
Estou longe e cada dia que passa torna-se mais difícil superar esta distância. Não é por acaso que lhe chamam "Pérola do Atlântico", é porque é linda e faz de nós pessoas mais felizes. Eu decidi sair mas sinto-me como m peixe fora de água. Todos dizem mal desta nossa Pérola e daqueles que a governam e isso já cansa. Cada dia que acordo para o trabalho é mais um sacrifício que faço, pode ser que assim os dias passem mais rápido e chegue o tal dia em que vou abraçar a minha família. Esperemos que passe rápido.